A cerâmica marajoara é a mais antiga dentre as artes em cerâmica do Brasil. Ela começou a ser produzida pelos índios da Ilha do Marajó. Muito sofisticadas, as peças são elaboradas e feitas com técnicas diferentes de ornamentação. A produção é variada, e inclui objetos como brinquedos, pratos, urnas funerárias, apitos, chocalhos, estatuetas e vasos. Essa é uma arte considerada uma das maiores riquezas da cultura do Norte brasileiro e é reconhecida mundialmente.

Os índios da Ilha de Marajó, considerada a maior ilha fluvial do mundo, utilizavam o barro para confeccionar os objetos utilitários ou decorativos. Para aumentar a resistência das peças, eles começaram a misturar o barro com outras substâncias minerais ou vegetais, como pó de pedras ou conchas e cinzas de cascas de árvores ou de ossos.

As peças não costumavam ter cor, mas quando tinham, era utilizado o engobe (barro em estado líquido) misturado com pigmentos extraídos de alguns vegetais, como o urucum, jenipapo e o caulim. Por isso, as cores branca, vermelha e preta eram as mais utilizadas.

A decoração das cerâmicas marajoara é composta por traços gráficos harmoniosos e simétricos, cortes ou aplicações. Depois de prontas, as peças são queimadas em fogueiras ou buracos e finalizadas com breu do Jutaí, material que proporciona um efeito brilhoso semelhante ao do verniz.